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The Midnight Gospel

é um tratado filosófico sobre as questões humanas.

Por: Pedro Ishibashi

The Midnight Gospel é uma série de animação lançada na plataforma Netflix em 2020 e criada por Duncan Trussell e Pendleton Ward. A série conta a história do personagem Clancy que utiliza um simulador para viajar para outros Mundos encontrando assim seres das mais variadas naturezas e entrevistando-os para seu programa de Espaço-cast. Num primeiro momento, temos a impressão que a história que se conta é a de Clancy e seu simulador. Contudo, através de um olhar mais aprofundado percebemos que no decorrer dos episódios, as aventuras e as entrevistas se traduzem também na mobilização de temas complexos e formas de escapar da própria realidade.

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A série tem uma forte relação com temas filosóficos e existenciais e são questões que normalmente não são abordadas pelas pessoas em seu cotidiano ou por que podem parecer confusas, sensíveis ou até mesmo mais complexas como por exemplo a meditação, o budismo, a solidão, a morte ou os nossos próprios aprisionamentos. Uma das maneiras encontradas para que nossa atenção seja captada é a própria animação em si que em alguns momentos acaba se conectando ao contexto próprio do diálogo. O interessante da série é que muitas vezes temos que escolher se prestamos atenção na fala dos personagens e consequentemente seu conteúdo ou ao aspecto visual que é riquíssimo. É como se a série nos presenteasse com duas formas de ver: uma pela palavra e outra pela imagem.

O episódio “Papo com a Morte”, por exemplo, coloca em cena o tema da própria questão da Morte em nossa sociedade, algo que nos é caro e difícil de lidar. Porém, o episódio parte de uma perspectiva mais histórica de como lidamos com ela sendo, neste caso, uma perspectiva estritamente no norte-americana e, também,  o que é a chamada “indústria da morte” e como ela vem nos afetando durante muito tempo. Por fim, abre-se espaço para tratar do tema de como lidar com a perda de pessoas tão próximas a nós. Já no último episódio da 1º temporada chamado “Como eu nasci”, nos é apresentado a mãe de Clancy e temas como o ciclo da vida, o milagre do nascimento, o sofrimento da existência humana e a dor que a Morte nos faz sentir são mobilizados.  É neste episódio que o personagem principal Clancy é visto de maneira mais crua, pois foi a narrativa que mais apresentou os próprios sentimentos do protagonista. E umas das cenas mais impactantes, Clancy acaba falando em tom de desabafo e com uma voz que apresentava um tom de sofrimento sobre o câncer de sua mãe e, buscando uma forma de se aliviar desse sentimento, ela acaba dando a resposta mais simples e mais intuitiva em momentos de abatimento: chorar. Como dito por sua mãe, perder alguém querido é devastador, mas não é algo que dura para sempre, pois o amor genuíno, franco e puro é capaz de dissipar esse sentimento e o amor acaba se manifestando em sua maior e verdadeira intensidade.

The midnight gospel é então uma aventura existencial. Ela nos coloca frente a frente com os dilemas filosóficos e humanos mais profundos. Nos provoca. Nos deixa desconfortáveis. Travamos embates com questões nunca antes pensadas. E também nos coloca em novos caminhos e florescem assim novas jornadas. The midnight gospel é uma série, mas também pode ser visto como um tratado sobre as questões humanas.

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