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Desigualdade Social em Tempos de Pandemia

Escrito por: Luiza Valotto

Que a desigualdade é estrutural ao capitalismo já sabemos, porém essa situação se agrava quando por meio de uma doença repentina se esclarece que ainda há muitas circunstâncias que acentua essa contraposição e que fará com que isso ainda permaneça presente na sociedade. A expansão da pandemia da Covid-19 pelas favelas, periferias e lugares menos favorecidos do Brasil escancarou a desigualdade social e econômica entre as classes sociais.

Apesar de haver muitas pessoas infectadas em áreas nobres das cidades, poucas morrem; o número de mortos é maior em bairros populares, conjuntos habitacionais, favelas e regiões afastadas do centro que abriga a população de baixa renda, as chamadas “periferias”. Nestes locais as condições de moradia e a infraestrutura são precárias, faltam equipamentos urbanos e serviços básicos como saneamento, água encanada e esgoto domiciliar. Os moradores destas áreas menos favorecidas e desassistidas pelo poder público sofrem com a falta de acesso aos requisitos e necessidades básicas de saúde, higiene, alimentação, e diversos outros fatores - o que se intensifica quando há a necessidade especial de proteção a grupos em situação de vulnerabilidade ou risco, como pessoas com doenças crônicas ou autoimunes, pessoas imunossuprimidas (que fizeram transplante) ou imunodeprimidas (que possuem HIV ou hepatites virais) - que acabam por dificultar a realização das recomendações de higiene básica, distanciamento físico e permanência em casa. Muitas vezes, para garantir o isolamento domiciliar, as pessoas estão com famílias inteiras restritas a um mesmo espaço, inclusive sem saber que alguma já pode estar infectada, o que logo poderá resultar em uma família inteira contaminada.

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Está claro que o vírus não escolhe quem vai infectar de acordo com a classe social, mas é verdade também que os efeitos sobre quem foi infectado tende a variar muito de acordo com a classe social a que pertence o indivíduo. Entretanto, não só a população das periferias está propícia aos riscos como também a população indígena, pessoas em situação de rua, onde a maioria não segue os meios de prevenção por não terem acesso, e por se preocuparem muito mais com a sobrevivência no presente e não se a curva de contágio irá aumentar ou não – outro fato é que com o crescente número de pessoas desempregadas, as pessoas não conseguem pagar seus aluguéis e algumas deixam suas casas para viver nas ruas; afetam também muitas pessoas que antes deixavam seus filhos na escola e agora estão sendo obrigados a ficar em casa para cuidar deles (logo, estão sem renda) ou estão tendo que levá-los ao trabalho, o que expõe cada vez mais pessoas ao vírus; muitos alunos estão sem aula por não possuírem rede de internet, computadores ou celulares para acompanhar as aulas virtuais; as pessoas que precisarem de assistência médica terão que enfrentar a lotação correndo o risco de contrair o vírus no hospital; enfim, de certa forma todas essas populações estão sendo afetadas neste período de tantas incertezas.

Este quadro torna-se pior pela crise da saúde pública, a falta de planejamento e investimento, de recursos humanos e financeiros, de pesquisa científica, o desemprego em alta, precariedade do trabalho, salário reduzido ou até mesmo cortado, entre outros fatores. Em meio a tanta desordem, há uma certeza: enquanto estes padrões de desigualdade social permanecerem, serão os trabalhadores, suas famílias e comunidades que irão sucumbir à Covid-19, visto que nunca estiveram tão vulneráveis quanto agora.

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