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Análise do Filme: O Poço

Por: Emanula Milhan

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“O poço” é uma produção espanhola lançado na plataforma Netflix em 2020 e o filme contém grande mistura de suspense, drama e ficção, dirigida por Galder Gaztelu-Urrutia. O filme conta a história de um futuro distópico no qual o personagem Goreng adentra voluntariamente em um presídio vertical onde todos os dias a comida é distribuída a partir de uma plataforma que vai de cima para baixo, ou seja, os andares acima se alimentam com abundância e os andares debaixo comem em menor ou quase nenhuma quantidade até o momento em que não há mais comida  e eles precisam de alguma forma lutar para sobreviver. Neste contexto, é possível realizar algumas observações com relação a nossa realidade no qual se observar que no filme há uma  profunda crítica às desigualdades entre as diferentes classes sociais como se o poço fosse, simbolicamente, uma pirâmide social. Outro aspecto que é possível  observar na obra  se destaca no momento em que a funcionária do próprio sistema pergunta a Goreng qual é sua comida favorita antes da sua entrada no presídio e, assim, sua preferência entra no cardápio do grande banquete. Essa cena nos faz nos questionar a seguinte ideia: se cada prisioneiro consumisse apenas o prato pedido inicialmente é possível que todos pudessem ser alimentados. O fato disso não ocorrer faz nos questionar a própria condição da natureza humana e num certo sentido se as ideias de Thomas Hobbes sobre o egoísmo dos homens não persistem até hoje na nossa sociedade atual.

O filme é recheado de  conceitos sociológicos, como por exemplo, a noção de estrato social, riqueza e pobreza. É notável também que as pessoas

perdem seus princípios de acordo com o andar em que elas acordam e isso influencia suas próprias ações. Jean-Jacques Rousseau, filósofo francês do século XIX defende que o ser humano nasce bom e que a sociedade e seu sistema o corrompem, aspecto bem retratado na trama no qual vemos um sistema corrompido e deteriorando não só os princípios como também valores sociais.

Outro ponto interessante do filme é que os reclusos podem levar consigo objetos de sua escolha. Alguns personagens levam consigo facas, outros cachorros e até mesmo uma piscina inflável. Entretanto, Goreng leva consigo o livro Dom quixote de la Mancha de Miguel de Cervantes. O livro em questão é uma fábula, uma sátira com críticas a sociedade da época do autor. Por sua vez, o filme “O poço” é uma obra carregada de críticas sociais e os dois exigem dos telespectadores a suspensão da descrença para que possamos compreender o mais importante que é a mensagem que a obra quer passar. Podemos assim pensar que Goreng seria a representação do Dom Quixote na sociedade atual. O poço é uma experiência com uma profundidade de metáforas, referências e interpretações diversas mais o que todos nós podemos afirmar é que ele cumpre seu trabalho e nos fazer pensar e refletir conceitos da sociedade que muitas vezes são invisibilizado por nós.

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