Eu me moldo em uma forma que não me pertence, em valores que não me agregam e falas que me destroem. Eu perco minha essência para ser normal e aceita, por pessoas donas de uma perfeição falsa e uma superficialidade difícil de alcançar que seguem normas e padrões que eu já nem sei mais quem impôs.

 

Eu me calo para não "militar", eu me desprezo para ser "modesta", eu aceito o que dói para não ser "emocionada", eu vivo uma vida a base do que os outros pensam para ser "feliz" e sou infeliz por viver sem nenhum traço do que verdadeiramente acredito que sou. 

 

Basta nascer para ser julgado. Sua cor, seu gênero, sua condição social, tudo isso já vai te custar críticas e opiniões que você nem mesmo sabe da onde vem. Há sempre casos graves no qual se você for mulher, o tamanho da sua saia e a maquiagem no seu rosto já podem substituir testes de qi, entrevistas de emprego e isso vai "dizer" muito sobre o quanto você vale ou o quanto é inteligente e merecedora do sucesso.  As suas características físicas, o papel social e os padrões que possui serão sempre as protagonistas de uma história, na qual você nunca escolheu fazer parte.

 

É impossível evitar as escolhas, pois se elas te constroem, te tornam quem você é, deixá-las nas mãos de uma sociedade constantemente em crise vai te fazer doente, superficial e uma cópia mal feita de alguém que nem sabe o que faz.

 

Se as suas escolhas são o que você semeia, os julgamentos são as pragas que corroem a plantação e então o que você colhe passa a ser um fruto corrompido pelo pensamento do outro. Julgamentos sempre serão feitos, te resta então se importar ou não com quem os faz ou o que se diz.

 

O que resta é definir se suas escolhas serão consequência dos julgamentos alheios ou se os julgamentos serão meras consequências das escolhas que te fazem você.Não sou nenhum coach para dizer "seja você mesmo", então seja quem a sua sanidade, sua empatia e escolhas te permitirem ser.